Friday, August 29, 2008

A doença do amor

Em conversa com uma amiga separada recentemente, demo-nos conta que aguentamos as relações exigindo tão pouco em troca.
A balança está tantas vezes desequilibrada, mas mesmo assim teimamos em falsificar os resultados em prol daquela companhia.
Companhia que tantas e tantas vezes nos faz sentir mais sós do que se estivéssemos de facto sozinhas.

Eu nunca precisei de um homem ao meu lado para o que quer que fosse. De tudo o que fiz até hoje, se não tivesse um companheiro, a única coisa que iria lamentar era a falta de filhos.
Aquilo em que vou cedendo acaba por ser pelo bem estar e pelo futuro de quem não pediu para cá estar e porque, voltando à balança, se calhar o desequilíbrio que eu sinto também ele o deve sentir. Estamos quites e conversados nesse assunto. Nada é perfeito, aliás.

Estas férias, a minha sogra confessou-me que provavelmente cedeu mais do que deveria porque tinha, de facto, medo de ficar só.
Eu, francamente, acho que o macho cheira esse medo.
O que eles precisam é de sentir um “coeficiente de cagaço”. O cagaço que os faz sentir que não estamos garantidas e que somos independentes o suficiente para desaparecer quando o limite for atingido.

Por isso é que me custa ver amigas minhas, mulheres fantásticas, lindas, inteligentes, sujeitarem-se a homens que não as merecem. E não estou a falar apenas da rotina do “quem faz o jantar”, “quem vai às compras”, “quem dá banho aos miúdos” (se bem que isso, com o tempo, também moa). Estou a falar de situações muito mais graves que reduzem a mulher ao mínimo (in)aceitável.

Pode ser o amor. Até pode ser doença (será o amor uma doença?).
Para mim, é muitas vezes o medo de envelhecer só.
Mas, no final, todos nós ficamos sozinhos.
E não há só mais só do que aquele solitário no meio de uma multidão que não o ama...

13 comments:

Pequenina said...

Na muche!

carla said...

É que é mesmo isso, o meu gajo grande lá de casa tem a noção que n me tem certa, que no dia em que o copo encher eu dou de frosques...Beijinhos

AnaBond said...

ahahah
não podia concordar mais. nem imaginas quanto.

Salta Pocinhas said...

Concordo sem tirar nem por.

A sociedade muitas vezes obriga a mulher a sujeitar-se a certas merdas, que se não fosse por uma questão de logística e algum (pouquinho, pouquinho) apoio, não aturava nem metade!

Parece-me confuso, mas e o primeiro dia de férias, ainda preocupada com questões de trabalho. Tenho de cortar o cordão umbilical

E o amor? O amor não resiste a tudo. E, infelizmente, muitas vezes é uma doença sim.

beijooooo

É bom ter-te por cá!

Luz de Estrelas said...

Ui. Tema com tantas nuances. Não é fácil desfazer um lar. Mudar tudo, divorciar, sair, partilhar bens. Muita gente protela isso por comodismo, por medo. Só quando se torna intolerável é que se toma uma atitude. É compreensível. Começar uma vida do zero deve doer.

Mae Frenética said...

Estrelinha, pois olha q os exemplos q eu pensei ao escrever este texto não são casados e nem todos vivem juntos.
Nem sequer há filhos...

E o q me custa é vê-las, a aceitar tudo, sem dizer uma palavra. A maioria nem discute, engole e cala.

Toda(o)s nós cedemos numa relação. Mtas vezes o fazemos mais por quem, como eu digo, "não pediu para cá estar". Mas há limites. E, no século quem vivemos, estes não deveriam ser ultrapassados, mto menos aceitando-os sem os tentar modificar.

S.A. said...

Se fosse tudo assim tão fácil... como é falar... eu seria muito mais feliz...

Cool Mum said...

Tema tão cheio para regresso da férias.
Ninguém se deve ter por certo.
Às vezes basta lembrar que nem tudo é certo para se ter um 'banho de realidade' um nó no estômago e repensar o momento.
Os equiíbrios nas cedências são atingíveis, adequados ao perfil de cada uma das partes (que nem sempre são só os elementos do casal).

É preciso ter muita força para dar o passo de terminar algo. A travessia do deserto é dura, mas nos casos que conheço resultou em pessoas mais seguras, confiantes e felizes.

Cristina said...

Eu continuo a achar, apesar de já ter aprendido muita coisa com o casamento e cedências e filhos, que há situações que não se podem perdoar. Mesmo que isso implique um divórcio...
E fala assim uma filha de pais separados, claro!

Bjos

Cristina

anne said...

uuuuuiiiii, que tema tão complicado fren...

mas por experiência própria te digo, que o medo é mais que infundado. quando estamos felizes atraimos coisas boas, ou pelos menos conseguimos ver o melhor de cada coisa.
tal como dizia o outro "será que nos rimos porque somos felizes, ou será que somos felizes porque no rimos?"

Su said...

Olá, vi este blog através de outro e gostei. O que aqui dizes é sem dúvida verdadeiro. Infelizmente, há quem tenha medo da solidão, eu incluída. Agora, isso não nos pode fazer aceitar para sempre relações que nos fazem mal, por mais que gostemos do outro...
Bjks

Abelha said...

Atrasada como sempre, sabem que isto de andar a colher polén tem muito que se lhe diga...
A maioria dos HOMENS acha que somos eternamente SUAS, mas que os mesmos podem ser "explorados" por quem quiserem.
Por isso minhas Amigas, cuidem-se, tratem-se e nunca se esqueçam de vocês. Por detrás de uma mãe ou esposa está sempre uma MULHER.

Loira said...

Mas será que ninguém me manda um convite para este blog? AMUEI!

(eu não tenho medo de ficar só... mas confesso q cedo um bocado pelo miúdo e tb pelo facto de não ter para onde ir e estar desempregada e tal. e o argumento do meu é smp: e se tivesses sozinha não era pior? NÃO!)